O presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, e o membro honorário vitalício da Ordem, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, receberam, na tarde desta sexta-feira (12/12), a Medalha Evandro Lins e Silva, durante sessão solene na sede da OAB do Rio de Janeiro. A homenagem reconhece trajetórias ligadas à advocacia e à defesa do Estado Democrático de Direito.
A cerimônia ocorreu em conjunto com o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB). Na ocasião, a presidente da entidade, Rita Cortez, entregou a Marcus Vinícius Furtado Coêlho a Medalha Montezuma, concedida a personalidades com contribuição relevante ao Instituto. O IAB também concedeu a Beto Simonetti uma Moção de Agradecimento.
Ao tratar do cenário político-institucional, Simonetti afirmou que o momento exige postura institucional equilibrada diante do que definiu como “o desafio do esgarçamento democrático no Brasil”, ressaltando a necessidade de “serenidade, equilíbrio, paciência, resiliência e, sobretudo, a firme crença nos ideais da Constituição de 1988”. Para ele, a advocacia mantém papel central na preservação do pacto democrático, ao sustentar a confiança no texto constitucional e na pacificação social.
Marcus Vinícius Furtado Coêlho destacou a condução institucional de Simonetti à frente da OAB Nacional e apontou a reeleição unânime como sinal de coesão da advocacia. Segundo ele, a recondução ao cargo demonstrou que “a unanimidade dos votos, do Norte ao Sul do país, foi o reconhecimento da necessidade de termos à frente da Ordem um presidente equilibrado, sensato e ponderado”.
Na avaliação de Marcus Vinícius, a atuação da OAB Nacional reafirma sua posição histórica de independência institucional. “A OAB tem que manter a sua independência. Ela não é longa manus de governo nem linha auxiliar de oposição. O único compromisso da OAB é com o Estado Democrático de Direito, a democracia e a Constituição”, afirmou.
Ele também ressaltou o simbolismo da sessão ser conduzida pela presidente da OAB-RJ, Ana Teresa Basílio, e pela presidente do IAB, Rita Cortez, observando que “os direitos não são outorgados, mas conquistados”, ao lembrar a ampliação da participação feminina nas instituições jurídicas. Marcus Vinícius mencionou iniciativas como a implementação da cota de gênero em 2013 e a consolidação de políticas voltadas à valorização da mulher advogada.
Ana Teresa Basílio destacou a relevância institucional da solenidade e a presença de lideranças da advocacia nacional, registrando que a presidência do Conselho Federal exige capacidade permanente de diálogo e conciliação entre diferentes correntes e instituições. Para ela, Simonetti exerce essa função “em uma atividade dura e difícil”.
Rita Cortez observou que a atuação conjunta entre OAB-RJ e IAB fortalece a advocacia e permite registrar, de forma institucional, a trajetória de seus dirigentes. “Quando homenageamos personalidades como as que estão sendo homenageadas hoje, contamos um pouco da nossa história”, afirmou.
Felipe Santa Cruz apontou que a condução institucional da OAB Nacional contribuiu para reduzir tensões no ambiente político, afirmando que Simonetti “serenou corações” ao longo do mandato. Sobre Marcus Vinícius Furtado Coêlho, destacou que a experiência acumulada não afastou sua vinculação com a advocacia.
Durante a cerimônia, também receberam a Medalha Evandro Lins e Silva o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Ricardo Couto; o diretor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Sidney Gonzalez; e o desembargador Augustinho Teixeira.
Compuseram a mesa de honra, além dos homenageados, os membros honorários vitalícios Felipe Santa Cruz e Bernardo Cabral; a presidente da OAB-RJ, Ana Teresa Basílio; a presidente do IAB, Rita Cortez; o presidente do TJRJ, Ricardo Couto; o diretor da FGV, Sidney Gonzalez; e o desembargador Augustinho Teixeira. Também estiveram presentes o jurista e escritor José Roberto de Castro Neves, desembargadores do TJRJ, presidentes de subseções da OAB-RJ e autoridades do sistema jurídico fluminense.
